'The Future is On The Table', ou 'O futuro está na mesa'. Parece frase de primeira semana de curso de inglês (nesse caso Francês), mas na verdade é uma pequena síntese do que representam essas eleições Francesas para o mundo. A eleição de Emmannuel Macron como novo presidente foi um passo importantíssimo para frear a guinada nacionalista e extremista que estava se espalhando pelo mundo, muito causada pelo terror do radicalismo religioso e a onda de imigração em massa de pessoas fugindo da guerra civil em seus países de origem.
Essa crise migratória, e por que não dizer humanitária, gerou grandes debates no ano passado em torno do papel das grandes potências em acolher esses refugiados; e países como Alemanha e França lideraram o movimento para receber parte dessas pessoas. Porém, atentados terroristas aconteceram seguidamente na Europa, muitos na França e alguns também na Alemanha. Isso fez com que grande parte da população mundial associasse esses ataques com o acolhimento dos refugiados. Esse processo iniciou essa inclinação a extrema direita e ao nacionalismo radical que o mundo tem presenciado.
Os reflexos dessa guinada conservadora começaram com o Brexit, no Reino Unido. Em seu plebiscito, a maioria da população (que votou) decidiu por se separar da União Europeia e seguir seu caminho sozinho, barrando a entrada de imigrantes e tomando as próprias decisões econômicas e protecionistas. Resultado foi a queda de David Cameron e ascensão de Theresa May que lidera o país em direção a separação. Logo após o Brexit veio a eleição de Donald Trump, personagem que dispensa apresentação com sua política de protecionismo econômico e leis anti-imigração. Mais um passo em direção a medidas extremistas e nacionalistas no mundo.
Por todo esse cenário a eleição na França passou a representar um tira-teima de qual seria realmente a nova ordem mundial daqui pra frente. Seria a consolidação da extrema direita nacionalista, ou seria um freio no protecionismo e uma reação do mundo para defesa da globalização? Para representar a direita extremista estava Marine Le Pen, que em uma de suas propostas defendia a extinção da imigração na França, inclusive as legais. Do outro lado um jovem centrista Emmanuel Macron, ex-ministro das finanças e defensor da União Européia, a frente de um partido recém formado. E o resultado foi imponente. 66% para a globalização e o liberalismo contra apenas 33% do nacionalismo protecionista.
Ainda faltam as eleições do parlamento francês que poderāo comprovar essa afirmaçāo do mundo globalizado ou diminuir o tamanho dessa vitória. Mas o sinal e a lição que a França passa é que não dá pra apenas assistir de casa o jogo político se desenrolar. É preciso que a sociedade se una nos momentos que a liberdade e os princípios democráticos sejam ameaçados. Só com ação, com mobilização e com coragem de defender seus direitos e aspirações que o resto do mundo vai impedir de chegar ao poder novos Trumps, Le Pens, Bolsonaros, etc..
O futuro está na mesa.
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