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A vida Ao Vivo



Nessa época de pandemia e isolamento social, o mundo parou para enfrentar essa ameaça invisível que vem tirando milhares de vidas diariamente. Essa situação afetou os setores do entretenimento, das tvs, do esporte, a economia e mudou completamente a vida de todos. 

De repente, toda a correria, tarefas, compromissos e prazos, se acabaram. 
De repente, aquelas 24 horas que pareciam insuficientes pra dar conta de trabalho, academia, descanso, lazer; se transformaram em longos dias e noites, cheios de tempo e tédio.
De repente, as ruas e shoppings lotados deram lugar a cenários quase apocalípticos, cidades desertas e poucas pessoas distanciadas umas das outras, utilizando máscaras e vestidas de medo.

Agora que as TVs inundam as programações com reprises de programas, jogos antigos e repetição de novelas, uma onda de nostalgia toma conta também das pessoas. Não há nada novo pra distrair no mundo digital. Existe um vácuo na criação de conteúdo “Ao Vivo”.

Mas e nossas vidas? E a simplicidade da existência crua, sem apetrechos e fogos de artifício? Será que quando finalmente temos aquele tempo livre que tanto imploramos durante o caos das rotinas, não conseguimos utilizar a oportunidade para cuidar de si mesmos?

Na música Desconstrução, de Tiago Iorc, ele fala sobre essa dependência da vida falsa do mundo digital e do vazio que deixamos na nossa vida real, com relações frágeis, inseguranças e medos.

“Abrir os olhos não lhe satisfez
Entrou no escuro de seu celular
Correu pro espelho pra se maquiar
Pintou de dor a sua palidez
E confiou sua primeira vez
No rastro de um pai que não via
Nem a própria mãe compreendia
Num passatempo de prazeres vãos
Viu toda a graça escapar das mãos
E voltou pra casa tão vazia”


Essa crise terrível do Covid-19 está nos dando uma oportunidade de saírmos das realidades paralelas do mundo conectado e criar conexões verdadeiras consigo mesmo e com aqueles que estão ao nosso redor todos os dias, próximos fisicamente e mesmo assim afastados das nossas vidas. 

Ler aquele livro que está criando teia na estante, ouvir aquele disco que lhe traz lembranças, conversar olho no olho (pode ser no facetime), projetar ideias pro futuro, fazer exercícios físicos, se movimentar, ver um filme, pensar, meditar, escrever... Opções não faltam.

A pandemia pode imobilizar o mundo, mas a nossa vida é AO VIVO e nunca para. 




PS:
Sigam as recomendações das autoridades de saúde, se protejam, se higienizem e se puder fique em casa. Cuide de si e daqueles que lhe amam. Logo mais sairemos mais fortes de tudo isso.


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