Essa semana a internet bombou com vários memes a respeito de uma reportagem da revista Veja, (confira aqui) exaltando as características de Marcela Temer, mulher do vice (e quase presidente) Michel Temer. A revista descreveu Marcela como "mulher de sorte" que "gosta de vestidos na altura dos joelhos", que "sonha em ter mais um filho" e "está sempre lá" para ajudar o marido. A revista Veja é conhecida por fazer oposição, não só ao PT mas ao partido que detenha o poder. Fato notório visto que a revista é criticada costumeiramente por Lula, Dilma e também foi duramente criticada por FHC em seu livro Diários da Presidência (Vol. 1).
Dito isso, dá pra perceber claramente a intenção da reportagem em fazer um contraponto entre a imagem de Marcela Temer e a imagem de Dilma Rousseff; mulher solteira, com fama de controladora e rígida, claramente o oposto da perfeita, recatada e "do lar" exaltada pela revista. E aí com isso, surgem as diversas manifestações em busca de vitimizar a presidente e passar uma imagem de que ela é perseguida e sofre misoginia. É verdade em parte. Dilma realmente sofre com comentários machistas e parte dos questionamentos em torno das ações do governo dela podem ser explicadas pelo fato de ela ser mulher. Mas também é verdade que ela teve graves falhas no seu mandato, que inclusive está sendo alvo de questionamentos no TSE e também com o processo de Impeachment. Portanto, nem tanto a terra, nem tanto ao mar.
A revista erra ao exaltar um modelo de comportamento ao invés de incentivar a diversidade e a liberdade de todos, especialmente das mulheres, de ser e fazer o que julgarem melhor para a sua vida. Uma mulher não é melhor por ser a sombra do marido, mas também não é pior. Vai do que cada uma escolhe para si. É preciso antes de tudo, respeito à figura da presidente, que gostando ou não, é a primeira mulher no principal cargo do país e num ambiente da política onde menos de 10% do parlamento é ocupado por mulheres. É tempo de respeitar todas as formas de ver a vida e sobretudo buscar a igualdade entre os sexos, com oportunidades, remunerações e liberdade de agir equivalentes.
A seguir um vídeo de Ellen Degeneres em um discurso irônico e muito crítico sobre as diferenças de gênero e mais abaixo um clipe da música Desconstruindo Amélia, da Pitty.
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