Oscar Niemayer

 

 

"Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida."

 

Quatro meses atrás, o Brasil sofria com a dolorosa perda do grande artista moderno e autor da frase supracitada, que brincava de inovar, Oscar Niemayer. Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho nasceu no Rio de Janeiro, no bairro de Laranjeiras, no dia 15 de dezembro de 1907. Um dos maiores arquitetos brasileiros, Niemayer deixou grandes obras pelo Brasil e também pelo mundo. Nessa reportagem, vamos falar dos principais marcos da vida do Engenheiro Arquiteto.

 

 Entrou para a Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, onde formou-se engenheiro arquiteto, em 1934. Dois anos depois foi designado para colaborar com o arquiteto suíço, Le Corbusier, que estava participando do projeto do Ministério da Educação do Rio de Janeiro. As ideias do suíço, idealizador da arquitetura moderna na Europa, contribuíram para formar a base da arquitetura de Niemeyer. O uso de novos tipos de materiais e técnicas construtivas modernas se tornaram presentes durante toda a carreira de Niemeyer, algumas delas demonstrando princípios básicos de Le Corbusier, tais como pilotis, fachadas livres e terraços-jardim.

  Em 1956, a convite do então Presidente da República Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer realiza vários projetos para a cidade de Brasília, a nova capital do Brasil, dentre eles o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Itamaraty, o Congresso Nacional, a Catedral, a Praça dos Três Poderes, o Superior Tribunal Federal e o Teatro Nacional. Para realizar o projeto do Plano Piloto de Brasília, um concurso público foi aberto, e o escolhido foi o Engenheiro Lúcio Costa, ex-patrão de Niemayer. A construção de Brasília sofreu muitas críticas antes mesmo da construção, devido a sua escala monumental e à prioridade dada ao automóvel.

  Depois de Brasília, Niterói no Rio de Janeiro, é a cidade que tem um maior número de obras de Niemeyer, entre elas o Museu de Arte Contemporânea, em estilo futurista, inaugurado em 1991. Em 1996, recebeu o Prêmio Leão de Ouro da Bienal de Veneza. Em 1999 inaugura o Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, e o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.

  A criatividade de Niemeyer é frequentemente comparada àquela de artistas e escultores. Porém o arquiteto sofreu várias críticas internacionais sobre o caráter individualista de suas obras. De acordo com os preceitos da época, a arquitetura deveria ser uma arte em si só, desempenhando um papel social agregado. Especialmente na sociedade pós-guerra em que seria necessário primar função e economia nas construções, visto que no período o problema de habitação social se tornou bastante discutido. Embora suas primeiros trabalhos claramente se desenvolvessem em função de solucionar o programa em questão, seus projetos após Brasília se desenvolveram de maneira cada vez mais escultórica, de modo que nos anos 2000 sua arquitetura apresenta sérios problemas funcionais.

 Niemayer foi casado por 76 anos com Anita Baldo, que faleceu em 2004. Em 2006 casou-se novamente com Vera Lúcia Cabreira, deixando-a viúva no dia 5 de dezembro de 2012, três meses atrás. Para conferir a biografia completa com imagens de toda a carreira desse mito da arquitetura e da engenharia mundial, acesse http://www.niemeyer.org.br/. Essa reportagem pode ser encontrada em www.engenhariae.com.br

 A seguir, um painel das principais obras do arquiteto brasileiro (clique para ampliar).