Os erros da engenharia do imóvel que contribuíram para a maior tragédia nacional dos últimos tempos
Uma das maiores tragédias da história do país ocorreu semana passada no Sul do país, na cidade de Santa Maria. O incêndio na boate Kiss matou 235 jovens e mais de 100 ficaram feridos. Segundo a avaliação do engenheiro civil e capitão do Corpo de Bombeiros do Paraná Ivan Ricardo Fernandes, problemas graves na estrutura da boate foram determinantes para o agravamento da tragédia. Confira a matéria completa!
A primeira grande violação as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) na casa noturna foi o descumprimento da capacidade máxima do imóvel. A boate era famosa na cidade por realizar grandes festas universitárias e recebia até 2 mil pessoas por noite. O grande problema é que a área do imóvel é de 650 metros quadrados e de acordo com as normas deveria abrigar no máximo 1,3 mil pessoas.
Outro problema que possibilitou a catástrofe foi o descumprimento das leis que dimensionam e padronizam as saídas de emergência. A única saída da boate tinha largura de apenas 2 metros, quando deveria ter pelo menos 7. "Para um estabelecimento com uma única saída de 2 metros, por exemplo, a capacidade máxima seria de 400 pessoas", diz Fernandes. Para resolver esse problema a boate deveria ter duas saídas de emergência no mínimo. Segundo a ABNT, a distância máxima que uma pessoa deve percorrer de qualquer lugar do estabelecimento até a porta não pode ser maior que 30 metros.
Na boate Kiss, apenas uma porta de entrada e saída fez grande diferença na tragédia uma vez que havia apenas uma rota de fuga, criando grande confusão e fazendo com que muitas pessoas fossem pisoteadas. “Foi uma desordem geral, inclusive de quem deveria ter todo o preparo para agir”, relatou Jader Marques, advogado de um dos donos da boate.
O terceiro e decisivo fator falho da engenharia do imóvel foi o material utilizado para fazer o isolamento acústico da boate. Isso por que a espuma utilizada é altamente inflamável e propagou rapidamente o fogo, após um dos membros da banda Gurizada Fandangueira, que fazia show no local, acender um sinalizador fabricado para uso externo. O engenheiro responsável pela obra negou ter recomendado a instalação de espuma.
Após o trágico incidente, autoridades de todos os estados do país fecham o cerco as casas noturnas. Forças-tarefa vão fiscalizar as condições das grandes boates brasileiras para evitar que incidentes como esse não voltem a acontecer. A junção das falhas cometidas por todos os envolvidos no caso causaram grande perda humana, com maioria de universitários que por ventura poderiam dar grande contribuição ao país. A essas irreparáveis perdas nas famílias das vítimas, os pesares do Mais Fácil Falar.
Essa reportagem pode ser encontrada no site www.engenhariae.com.br
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